sábado, 18 de abril de 2009


Abstração Temperamental (segunda parte)


Já que eu não cheguei a uma conclusão imediata do que seria nada, melhor começar pelo que eu faço parte: a Vida.
Eu imaginei um diálogo bobo e terminou quando a 2ª pessoa me perguntou: o que é vida? É, eu não soube responder. Tentei. Disse que vida podia ser quando a pessoa se sentia feliz e satisfeita, mesmo não tendo tudo. Que quando não se está feliz e satisfeito é na verdade uma sobre vida. Não gostei disso, porque todos nós temos momentos e nem sempre todos esses momentos contém alegria e satisfação.
Prossegui quase toda a semana pensando na mesma questão. Ah, vida é nada mais que um ciclo. Verdade. Eu passo por ciclos o tempo todo. Alias, todo mundo passa. E isso se aplica também aos animais irracionais (eu duvido dessa nossa idéia de racionalidade total) e às plantas. Porém, isso é só parte de uma opinião ainda não formulada, porque vida é muito mais que isso.
Vida é o contrario de morte. Mas eu já vi gente praticamente morta em vida e não me parecia vida, mas ainda não era morte (eu acho).
Algo mais poético então:
É sentir sol, vento, chuva.
É olhar o céu azul, branco, cinza, roxo.
É trabalhar, se esforçar e chegar a um objetivo e ficar tremendamente feliz;
Ou não ter objetivo nenhum e chegar a algum lugar;
Ou não chegar a lugar nenhum e tanto faz.
É sentir amor, ódio, medo, tranqüilidade.
É forçar o cérebro pra pensar e seguir um bonito modelo social;
Ou não seguir modelo nenhum e pensar, ainda sim, por considerar importante.
Findado o lado poético.
E vida ainda não é só isso. Achei tudo muito incompleto e, por mais que tentasse, não consegui desenvolver muito mais que isso. Então, poderia pedir auxilio àquelas bonitas frases feitas. Mas são tão superficiais e plastificadas ou tão “´água com açúcar”... Porque a vida não é só beleza e isso sim que é bonito.
Fiz você ler ate aqui e não encontras-te aquela brilhante definição, já que haviam tantas teses. Eis aí o que eu posso dizer e é o que digo a mim mesma. Porque viver é muito mais legal que definir: Vida é o conjunto de coisas absolutamente infinitas, diversificadas e que eu simplesmente não sei definir.

terça-feira, 7 de abril de 2009


Abstração Temperamental (primeira parte)

"Nem sempre merecemos estar longe dos outros e dentro de nós mesmos, mergulhados ate a raiz, confidentes de sangue."


Dia de sol, mar, praia. Ok, nem tão sol assim, ele está encoberto pelas nuvens. Mas é clara a sua presença.
Sabe, tem coisas que eu imagino, que talvez seja melhor voltar a essa nossa podre realidade. Ok, novamente tenho que admitir: Quando estou na areia, olhando para o mar, o céu azul, o sol começando a tocar Copacabana, nada me parece podre. Mas, voltemos a realidade. É podre. Há pombos aqui, pessoas jogam lixo no mar e é fácil perceber os fatores de imundice na areia. E a praia continua linda...

(Ao som de Nirvana *-*)

Eu estava lendo um livro do Carlos Drummond de Andrade. Quem ja leu algo dele, sabe que nos chama a refletir. Eu sempre tento imaginar a real mensagem que ele queria passar.

(Ao som de O Teatro Mágico *-*)

Porém, não foi o Carlos que me chamou para refletir. Não foi a biografia do Kurt, nem a pureza do Teatro Mágico. Eu vim (estou na praia, enquanto escrevo, só pra constar) no metrô pensando. E que fique claro que estava lá através da bondade imensa de um senhor, que deveria ser exemplo. Mas, enfim, eu estava pensando:
E se não existisse nada?
Digo, nem o Universo, nem kosmos (saudações à Catia Rocha, professora de filosofia), nem redondo e quadrado, nenhum oposto, nenhum semelhante. Nada. Nem idéias, nenhuma criatura viva, nenhum corpo morto. Nada. A não existência propriamente dita do famoso não-ser.
Simplesmente não seria? Mas nada sendo nada é impossível de imaginar. Impossível, pois nada seria. E se nada seria, não tem o que imaginar. Nem mesmo a inexistência de Deus, ou de algum deus, ou seja la no que você acredite.
A minha mente que tem curto alcance?
Será comodismo, ja que algo (seja la o que for) sempre existiu?
Em pensar que em alguns bilhões de anos a Terra será engolida pelo buraco negro...
É a minha provável inexistência total?