quarta-feira, 9 de junho de 2010





Real em Dólar


Entrei em sua vida muito rápido. Ela não sabia o que queria, eu também não. Ela pensava em montar uma banda, pintar o cabelo de rosa. Eu pensava em trabalhar, estudar, em ser alguém. Ela insistia que qualquer um é alguém. Quem disse que o coração precisa de escola e graduação?

Na verdade, nos conhecemos no útero. Tipo um só. Na verdade, eu só comecei a crescer quando ela completou uma certa idade. Na verdade, somos a verdade uma da outra.

Eu prevaleci, claro. Tenho emprego, escolaridade, grana. E percebi que, mesmo assim, ela era a verdade e eu acabei com a verdade da minha vida. Ela fica cada vez mais distante. Peço a Deus, todos os dias, que desestabilize minha mente, meu raciocínio lógico, que me faça, finalmente, querer pintar o cabelo de rosa, comer chocolate o dia todo, brincar de tocar guitarra, tudo de novo.

quarta-feira, 2 de junho de 2010




O Que Eu Entendo Sobre Vetores


A força que deveria me sair dos pulmões falha. A certeza da impotência me assusta, mas torço para que não seja incapacidade. Não é.

Empurro com forçao, faço esforço,forço. E canso. Não sei se desisto, mas choro. E, mais uma vez, tudo adiado. Vontade eu tenho, força de vontade já não sei.

Esse monte de incerteza me tira do sério, brinca com meus nervos. Meu sistema nervoso entra em curto. O tempo é curto. O tempo é meu e e eu afirmo: é curto, mesmo que sobre depois. Se sobrar, eu preencho com coisa melhor. Antes isso do que afirmar a existência, em contradição, do não-ser.

Porque temos que ser. Temos não, tenho. Você usa o seu ser como e para o que quiser. Ou não usa, sei lá.

O meu vai mudar o mundo daqui a um tempo, o meu vai dar uma louca. Que duvidem de mim, como de Sócrates. Esse papo de sonhar é meio-copo, meio furada. Mas eu vou.

Meu mundo eu revoluciono, mudo, refaço. E para ser nele, é só não repelir o ser em si mesmo.

E depois disso, eu acordei.