sexta-feira, 27 de novembro de 2009




Isso não fala de amor e nem de revolta adolescente.
É uma crítica ao Estado. É abstrato, mas critica o sistema.

"Quem tem medo assimila toda forma de expressão, todo protesto."

Não assimile tudo. Pense.
Importe-se.


Estado de Bolha.

O olhar nunca mais foi o mesmo. Nada representaria mais que a própria vida, jogada fora. Como uma trouxa de roupas velhas, como um destroço no meio da imundice.
- Diplomacia, meu caro. Diplomacia!
Desmantelou-se. Desatingiu, desfigurou-se.
Infidelidade, indispensável. Infinita.
Apenas um no meio de um milhão. E mesmo assim um quase nada subentendido em forma de projeção. Corra atrás, não pare. Tão clichê e absurdo quanto a nossa ignorância pessoal e refletida. Ingenuidade é o cacete!
O estado se deplora e minha mente desaloja.
E, mais uma vez, o estado se deplora.

Quem me dera fugir e fugir...
Não me dê, nem ao menos esperança. Fugir pra que, de quem, de onde? Fugir para a desolação, humilhação, esquecimento. Rancorizar meu coração e minha existência. Destruir minha capacidade, retroceder, produzir incapacidade.
Reproduzir.
Reproduza, como um porco na lama. Reproduza, cavalos reproduzem.
Trepadeiras enfeitam a minha casa, a minha estante. Em um instante penso não ser e não estar. Não ter visto tudo isso.

Meus olhos fizeram um sistema, meu sistema. Tenho minha própria mente burocrata. Burocracia. Temo minha própria mente.
Buracos na sociedade, no peito, boa mira. Desvencilhe-se do partido. Assegure-se em nostalgia. Nostalgia... nostalgia... nostalgia.

Gire o mundo, roda gigante. Montanha russa. Vômito. Vomite por cima, não coma. Distúrbio, perca a cabeça. Esqueça, relembre. Não saiba. Não veja. Não toque, não mexa. Não saiba. Não saiba.

Saia. Não saia dessa, retire essa. Fique você, ela que saia.
Saia curta, cultura hipócrita. Falso, falsa identidade. Identidade, falsa identificação.

Identifique-se com a mudança. De atitude? Ei, percepção! Perceba o que vem atrás, olhe pelo retrovisor. Tudo em volta, gira a roda. Pra baixo cresce, pra cima cai. Feche os olhos.

Não há nada lá fora, meu bem. Não foi nada.

2 comentários:

  1. Porra, liberdade de expressão é o que há! Adoroooo. Vamos reinstalar o sistema, broto .

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  2. SOnhos sao como bolhas de sabão: São lindos.

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